Tuesday, January 31, 2006


Querido correspondente,
Passei uma noite na Arábia Saudita e agora estou em qualquer lugar da galáxia onde me faltam terras para pisar.
Flutuo com uma leveza ímpar e sigo adjuntando adverbialmente todos os versos que conjuguei em desatento amor... Trouxe meus "monstros" pra essa grande noite, e também me acompanhou toda a fome!
Tudo que está onde eu crio é criatura-viva... e segue convidado para o banquete de boas vindas! Do uno criou-se o divino e multiplicou-se o que era trigo. Multiplicada, convidamos a todos os seus e amigos a se corresponder comigo... E garantimos: todos terão seus aposentos!!! Para entrarem basta se despirem da carapaça e adentrarem aos salões sem coisa alguma para julgarem!
E é assim que visito as mil e uma noites... ainda insistindo em reforçar com cores inimaginadas a realidade! E hoje você não condena por enfeitar com cores púrpuras as nulheres do teu harém!
... Enfim... Depois de tão longa visita sugiro que sigamos, na embriagues de nossas vísceras, pra lugar-qualquer-r-algum onde o encanto se desfaça em nuvens de algodão e onde você se faça, em todas elas, os caminhos que percorri até aqui.
Da Arábia só lembro do harém e seria desnecessário te contar o que você viveu!
Suponho parar, por algum tempo, a minha via sacra terrestre! E confesso: pretendo ficar submersa ao som das bolhinhas do meu ar nesse seu mar infinito...
Deleito-me no seu banquete para repousar em tua cólera!!

Besitos despiertos,

Muchacha. La muchacha,
Tata!

"Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor." (Vladimir Maiakovski)

Tuesday, January 24, 2006




01/18/06
Querido correspondente,
A bordo de uma Harley Davidson sigo rodando em rito, na infindada busca pelo sol... e neste caso o meu!!!
As imagens me regressam com um sabor já experimentado e ainda assim são supreendentes! Exclamo, não imaginando estar!!! E não encontro lugar pra definir a localidade do meu pensamento imaginário e, assim, não sei onde estou!
Sem o devaneio das horas, sem a preocupação de localidade suponho minutos exaustivos de uma estrada que segue reta até a surpresa das curvas.
É la que desço para ficar por um tempo... quer saiba eu ou não o que ele indicia. Imaginar, é primeiro ver meu querido e, por isso, te encontro passado como uma daquelas uvas natalinas em meu futuro insólito.
Não tenho nada nas mãos...
... Já não é preciso ordem pra escrever...
... Mas algo na virilha risca o zero puro de minha memória defasada... E meus mofados chicotes de couro e aquela velha orquestra de metais na trilha sonora, são como um dejaveau.
Estamos a sós! E eu exclamo a compensação dos dias de ausência. Ainda assim não dormes comigo por causa do bendito argentino que por não ter chego pode nem chegar...
... Mas você endurece e eu, franzindo a já franzida testa, percorro as velhas estradas com a Língua e toda dureza termina amaciada na gentileza da convivência... O que é velho cheira o brinde do encontro... e vira novo! De Novo!
Esmureça, esbraveje o quanto quiser... Por que estou ao sul do oceano e a sudoeste de um coração iluminado.
E enquanto não entendo o que não tenho, levo você no peito. Peito que rasga, que rosna no vôo ... que é cólera, ardência e colo!
Como quem te abraça paro de envelhecer à espera e faço barcos de papel do verde lago dos seus olhos, colhendo flores em teus sonhos...
Suponho estar chegando na curva e me despeço sem norte.
¡Le escribo pronto que le dejo en la columna, siento abajo su aroma del té y permanezco con mí bajo claro de luna!! Besitos cabrón
el tuya,
T. Muchacha

01/16/06
Querido correspondente...
Estou em Ngorongoro - Tanzânia. Esta caldeira velha de dois milhões e meio de anos e com uma área de 326 quilómetros quadrados e cerca de 20 quilómetros de diâmetro. E que desfruta de um ecossistema ímpar que acolhe as migrações sazonais e ainda favorece a reprodução das mais diversas espécies. Descobri que, curiosamente, apenas os elefantes machos vivem nesta cratera e que saem na época do acasalamento.
A savana é povoada por manadas de zebras, gnous (bois-cavalo), gazelas e búfalos, mas os pontos de água estão sob controle dos leões. A hierarquia animal tem uma natureza equilibrada e é aqui que aquela velha história de que quem não tem cão caça com gato se desfaz. Cada um tem o que o seu animal lhe garante na cadeia.
Tudo continua marrom e laranja e por estar na África, vejo vermelhos e verdes e azuis contrastantes... Mas eu sigo sozinha pra Mongólia. Um som vazio me rompe alma e às vezes não me sinto encontrar em nenhuma emoção... E também não me acho em nenhum destino... Mas e enfim, gosto de tudo o que vejo. Motivo eu já nem tenho e meu transcodificador ficou na Nicarágua (de onde não escrevi pra você por medo)...
Hoje, tudo que fala de mim é ímpar. E falando de números mas saindo do ímpar...
...Vi,24 vezes, os anos entrarem cronológicos e certeiros no mesmo 21 dos 11 desde 81... E tudo que me cerca nesses desembarques imprevisíveis é meu, é pra mim e sou eu. Nossas correspondências são evidencias de que um dia pousarei em terras firmes e repousarei em braços lapidados pela liberdade e disciplina de criar com originalidade uma rotina.
Me desculpe não contar da Nicarágua... S
e puder plagiar uma explicação:

“A tarde ardia com cem sóis.
O calor se enrolava no ar e nos lençóis
E atrás da aldeia, um buraco e no buraco,
todo dia, o mesmo ato:
o sol descia lento e exato.
E de manhã outra vez
por toda a parte l
á estava o sol escarlate.
Dia após dia isto começou a irritar-me terrivelmente.
Um dia me enfureço a tal ponto
que, de pavor, tudo empalidece.
E grito ao sol, de pronto:
"Desce! Chega de vadiar nessa fornalha!
" E grito ao sol: "Parasita!
Você, aí, a flanar pelos ares,
e eu, aqui, cheio de tinta, com a cara nos cartazes!
" E grito ao sol:
"Espere! Ouça, topete de ouro,
e se em lugar desse ocaso de paxá
você baixar em casa para um chá?
" Que mosca me mordeu!
É o meu fim!
Para mim sem perder tempo
o sol alargando os raios-passos avança pelo campo.
Não quero mostrar medo.
Recuo para o quarto.
Seus olhos brilham no jardim.
Avançam mais.
Pelas janelas,
pelas portas,
pelas frestas,
a massa solar vem abaixo e invade a minha casa.
Recobrando o fôlego,
me diz o sol com voz de baixo:
"Pela primeira vez recolho o fogo,
desde que o mundo foi criado.
Você me chamou?
Apanhe o chá, pegue a compota, poeta!
" Lágrimas na ponta dos olhos
- o calor me fazia desvairar -
eu lhe mostro o samovar:
"Pois bem, sente-se, astro!"
Quem me mandou berrar ao sol insolências sem conta?
Contrafeito me sento numa ponta do banco
e espero a conta com um frio no peito.
Mas uma estranha claridade
fluía sobre o quarto
e esquecendo os cuidados
começo pouco a pouco a palestrar com o astro.
Falo disso e daquilo,
como me cansa a Rosta, etc.
E o sol: "Está certo, mas não se desgoste,
não pinte as coisas tão pretas.
E eu? Você pensa que brilharé fácil?
Prove, pra ver!
Mas quando se começa é preciso prosseguir
e a gente vai e brilha pra valer!
" Conversamos até a noite
ou até o que, antes, eram trevas.
Como falar, ali, de sombras?
Ficamos íntimos, os dois.
Logo, com desassombro,
estou batendo no seu ombro.
E o sol, por fim:
"Somos amigos pra sempre,
eu de você, você de mim.
Vamos poeta, cantar, luzir no lixo cinza do universo.
Eu verterei o meu só e você o seu com seus versos.
" O muro das sombras, prisão das trevas,
desaba sob o obus dos nossos sóis de duas bocas.
Confusão de poesia e luz,
chamas por toda a parte.
Se o sol se cansa e a noite lenta quer ir pra cama,
marmota sonolenta, eu,
de repente,
inflamo a minha flama
e o dia fulge novamente....

depois de Ngorongoro, no continente onde encontro as suas raízes... continuando o plágio...

Brilhar pra sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
gente é pra brilhar,
que tudo mais vá pro inferno,
este é o meu slogan e o do sol.”
(V.M)

¿Dónde África encuentra Rusia? ¡1717!
¡Estaremos allí a espera de poner del sol dónde ese los fuegos al verano!
Mi besos
Tata M.

Monday, January 23, 2006





01/11/06
Querido correspondente,

O Museo de la Revolución, em Havana é um prato cheio para conhecer a história política de Cuba. E é aqui que a ilha resolveu, bem ou mal, construir sua própria história.
Mas o Caribe é fantástico: proporciona experiências únicas! Devo entender o fascínio do cinema por este país e compreender o porquê de tão boa graduação neste segmento. Aqui temos diversos países nas mais variadas geografias inclusive uma em formato de Jacaré. É dificil visualisar o réptil daqui de baixo, mas ainda assim os olhos se mantêm fascinados com a informação e já começam a conjugar pronomes em terceira pessoa...
Apesar dos países vizinhos terem curiosos detalhes, Cuba é única. E foi aqui , nesta ilha no caribe, que Colombo começou a ocupação do Novo Mundo. Dá pra supor as lógicas matemáticas e sensitivas deste ser desbravador por esta novidade. E è assim: Trindade e Tobago tem dois nomes e duas ilhas, mas é um país só. Saint Martin/Sint Marteen é a soma de dois nomes de origem francesa e holandesa, mas não chega a se tornar um país. Cuba só tem um nome, um idioma só, um partido político só, um chefe só e, para complementar por minha conta: é um lugar único! Mesmo!!!

E é incrível como nesta ilha, de 11 milhões de pessoas, o acesso à saúde é total. As taxas de analfabetismo são insignificantes e a expectativa de vida é de 75 anos para os homens e 80 para as mulheres. Acho só uma pena que o salário mínimo do cubano seja de 15 dólares e sem direito de ir e vir. E diante desta desvalorização que me comove tanto... Aqui viemos logo e devemos partir tão logo! Ou viramos filés à cubana, com direito a rolar como bananas na areia das praias, para sermos empanados e servidos na companhia das fritas na hora do jantar. E suponho aqui já ter perdido a lucidez total, estando a enfeitar com cores fantásticas o meu passeio... Não se assuste, é apenas uma natural conseqüência do prazer que eu tenho de estar por aqui... Por que Cuba é um país extremamente seguro devido à ação dos CDRs (Comitês de Defesa da Revolução), que são responsáveis pelo zelo da ordem, da organização de campanhas de vacinação, limpeza das ruas e da segurança do bairro. Tem pelo menos três policiais em cada esquina. E Eu ainda não encontrei lugar pra pitar com a pantera! E ta,bem não encontrei Fidel... nem o Che!!!
... Mas... Na companhia de um daiquiri, sentada num bar em Veradero, aprecio você na salsa, na rumba, no mambo, no chá-chá-chá, na conga, no bolero, no merengue e no Reggae... Danças como ninguém e o suor que escorre na vermelhidão das suas viradas caribeñas me põem a bailar contigo.
E nestes ritmos locais, hoje, acordamos estirados na praia... banhados pelo salgado da vida marinha e cheios de ressaca. Eu trouxe seu lado latino como pode perceber e realmente acordei jogada nas areias cubanas... Como uma banana empanada e sentindo, mesmo, que ontem estiveste presente! De qualquer forma... Devo seguir pro México! O tempero lá deve arder as adversidades até... e tenho sede de cores e contrastes!

Saudosamente sua,

T. Muchacha

P.S: ¡Tengo gusto de su gusto Me caí su olor profundo dentro de mi nariz que sigo en la búsqueda de el nuestros templo como pronto... Vuelto para satisfacerme en Indonesia, hacia un adiós delicioso del verano! besitos cabrón!

01/10/06

Querido correspondente....

Não sei mais onde estou! Comecei a seguir as nuvens, e venho há dias, pegando carona por aí. Imagino estar na Venezuela... Imagino certo! As nuvens, tanto quanto a fumaça ou a brasa queimando em fogueira, sempre foram a cólera que acelera o meu órgão pulsante vital. E acabei ficando ainda mais curiosa sobre essa imensidão de formas brancas depois que descobri que os cientistas já aprenderam muito sobre as nuvens, principalmente com o advento dos satélites artificiais, durante as décadas de 1960 e 1970. Mas que, apesar desses anos de pesquisas e do surgimento de ferramentas tecnologicamente cada vez mais sofisticadas, os cientistas continuam sem solução para uma das questões mais básicas: uma definição de nuvem. Não é fascinante meu amado?
A definição é dependente do instrumento utilizado para defini-la e é tão variável quanto indefinível... Ahhh, isso me faz lembrar do dia em que estávamos na Índia e conhecemos a teoria Quântica. Lembra? As possibilidades, as inúmeras localidades da matéria e a vontade... e a incapacidade humana de compreender o que está além do logicamente provável!
Ainda supondo estar na Venezuela tenho que te contar do cientista que me deu carona e que iniciou todo assunto desta carta... Ele fazia o microfone estalar um som ritmado só de passa-lo nas minhas costas e com sua imensa vocação e paixão pelas nuvens ele acrescentou que tentar definir as nuvens é "como dar-lhes notas: Se você atinge 90 ou mais, você ganha A; mas o que dizer de alguém que atingiu 89,8 e só ganhou B? Isto é válido?
Ainda falando do mesmo... soube que ele vive em busca desta definição, e segue seguindo os rastros da primeira nuvem que o despertou interesse.
Eu estou sob a carona dele há um bom tempo, o que você deve notar pela ausência de notícias, mas ainda não sei o nome deste senhor meio maluquinho. E para enfim chegarmos ao espanhol, conversamos em vários idiomas tentando nos entender... ele é tão obcecado pelos algodões celestes que se perde todo para sair delas e trocar palavras. E não sabendo muito sobre ele, supus que ele tivesse nascido no Equador e passado a vida desde os 3 anos na carona do caminhão de seu pai (esse mesmo que me transporta)... suposições são, para mim, uma forma encantada de enfeitar as pessoas com cores e flores por mim sugeridas...
O vento aqui não me toca a face pois o calor me faz marrom. Não quero entender muita coisa, nem parar muito tempo aqui... Por isso parei um pouco para sentir para que lado me leva o tempo. Acabei de tomar um banho gelado na bica de uma casinha na beira da estrada. Comi Chili com pão sírio e estou a descansar no porão desta hospedaria.
Hoje é dia do Fotógrafo e não pude deixar de fotografar você no pensamento por todo o decorrer deste dia... E lembrei-me das fotos que vejo nas suas retinas. E é estranho te conhecer tanto na filosofia e ainda corresponder-te com a mesma euforia emblemática. Esse hábito, de estar postando, me faz criar ou memorar-me das palavras que queria ter escrito quando descobri as letras. E essas recordações me trazem bons amigos... resgatam velhas químicas, e o cheiro de coisa guardada no sol marrom tem sabor de madeira e de campo.
Meus olhos já se fecham ao retratar você. Talvez seja um impulso instintivo de encontrar-te quando adormecida... Ou a certeza de que hoje irei fazê-lo... Ou o ardor climático que me fadiga o corpo e reclina minha cabeça sobre os seus braços enquanto escrevem...
E por isso, lamento ser corriqueira e previsível... embora ainda insista em te trazer notícias nossas.
Un beso en la costilla, uno abrazo
i uma fungada bochornosa en el viento que bate en la cara que hace despertado encima hasta de este adios!

P.S: Ouvindo uns acordeons enferrujados, meus olhos buscam perdidamente a afeição da curiosidade alheia!
Tua,
T. Muchacha

Friday, January 20, 2006



Querido correspondente...

Os ventos de origem me trouxeram pra Antártica.
Soube que tinha uma base de brasileiros que é referência para todos os outros países que aqui chegam. Eles estudam os animais e toda semana tem análise do gelo para certificação de que não estão causando impacto ambiental. E aí como eu estava convencionada a peregrinar por locais com sinalização de trânsito e ruas asfaltadas, resolvi sair da rotina e conhecer um lugar no mundo onde o tempo em pequena escala passa a ser desnecessário.
Sobre a Antártica: Ela é um continente com quase 14 milhões de km², recoberto por gelo em 99,5% de sua área, com espessura que chega a atingir quase 5000 metros. O volume de gelo é de 25 milhões de quilômetros cúbicos, o que a torna a maior fonte de água potável e um dos maiores dissipadores de calor do Planeta.
E é aqui, onde tudo que derrete vira água, que ficarei a observar a origem, a fonte abundante, o silêncio e o existir pra uma vida sem congestionamento.
Gosto dos pingüins! O modo como eles se locomovem e o jeito como se comportam desafiam a minha certeza de ser racional e eles o meu antônimo.
Esta é a segunda carta que lhe escrevo, pois meu computados tem um esquema de aquecimento global superpotente que derrete as palavras sem prévia comunicação. Mas ainda gosto demais das teclas. A pricípio quase tive alterações de humor e raiva... Mas olhei pra fora e vi tudo branco e azul... e uma comunidade violeta pinguins instigadores.
É Impressionante como o gelo e o silêncio trazem a mim a vida em cor púrpura... Chego a duvidar que todos os animais que vi não eram roxos!
Encontrando minha sede diante dessa fonte inesgotável de água potável, pensei nos doces que estarei te enviando junto desta carta.
Os doces são para as crianças. Uma gentileza de dar a elas o que é delas. Na viagem de ônibus para a Argentina (que acabou me trazendo pra cá) eu entendi por que não se tira os doces das crianças. É o que as diferencia de nós, é como elas querem ser olhadas e é um dever nosso dar a elas a doçura e a travessura... É só o que elas pedem da vida quando nada mais as preocupa a não ser o afeto incondicional!!
Bom, relembrando alguns assuntos que já conversamos por aqui, agora fica menos doloroso pensar na maternidade... Até por que, teria que me ausentar de vez em quando para continuar meu aprendizado terrestre, e longe de um filho eu não teria que reprimi-lo quanto ás aventuras e nem preocupá-lo quanto às cáries.
Alimente a esperança de me encontrar breve lá onde o sol tem gosto salgado e onde o sangue pulsa em paixão!!!
Besos en la libertad concedida yo
besos en sus manos callous de tal manera que escribe a mi búsqueda. ¡Todavía en nosotros las vemos en laguna de la playa, en el final de las vacaciones del verano! Con un afecto libre y condicional corresponder
P.S: A cobertura de gelo antártico, por exemplo, tem papel fundamental no sistema ambiental. Ela é um dos principais controladores do clima no Planeta e do nível do mares, além de guardar nas suas camadas os registros da evolução e de eventos remarcáveis da atmosfera da Terra e das ações do homem nas últimas décadas. As águas profundas do Oceano Austral Antártico, muito frias e densas, estão relacionadas com o processo de formação de correntes marítimas em todo o Globo. A fauna marinha da região, bastante especializada e com características únicas, é um dos caminhos para a compreensão dos processos de evolução e adaptação de diversas espécies. Não é incrível?
Are u sure? - Do you ask me
Yah, 'm sure!

Sempre sua...

Tata Muchacha


01/07/06
Querido Correspondente...

O frio da Islândia é ainda mais rigoroso do que você pode supor. A vida se dissipa no gelo e tudo parece o silêncio. Sobre as telas grandes e o futuro...
Sobre imagens e sons?... Hoje, não tenho muito sobre isso pra dizer.
Acordei com os orangotangos se acarinhando na janela: A dona Orangotanga abraçava seu filho como quem matava a saudade e ele lhe passava as mãos pela cabeça, num sigiloso ato de ardor... Ahh... a maternidade me toca os olhos da alma!!! Aliás, meu caro, optar pela maternidade é algo que não me agradaria muito embora eu saiba que se um acidente a antecipasse como que por acaso... talvez eu estivesse, hoje, recebendo de meu filho em casa, os mesmos abraços que a Dona Orangotanga islandesa.
Pois é! Apesar da tal dissipação da vida, a Islândia tem macacos vitalícios. A várias vidas me passam pelos olhos como possibilidades... Vejo tudo e todo o mundo como um grande SE, um leque de opções e variações que poderíamos explorar, agora, sem roteiro... Mas com uma boa DV nas mãos. E Talvez seja, ainda agora, essa a linguagem que me busca.
Bom, eu não sei qual será meu próximo destino. Talvez a África...? Lá suponho encontrar um calor mais fulgaz e ardente nos primatas. E ainda lá... encontrarei os ritmos, as etnias e uma vasta imensidão de olhos pra me reconfortar da tua ausência.
Lamento não ter trazido os seus olhos comigo, adoraria que pudesse ver o que estou sentindo... mas agradeço poder traze-lo sempre perto ainda que cego!
E sobre uma despedida em Orange Country no fim das férias de verão? Ainda espero te-lo lá para terminar a peregrinação com um lindo desfecho!
Despida de sons e vestida com o silêncio...
.... besos en tu corazón divino!
De tuya Tata Muchacha,
P.S: Mira... amo te e tu mama también!

Wednesday, January 18, 2006



01/06/06

Querido correspondente
Aqui, na Eslováquia, tudo sugere tons bem diferentes. E para mim, é como estar perto da tela assim como um roteiro está para o seu filme. E porque tudo parece ter um destino certo como um roteiro seguido às riscas por seu diretor.
Como eu percebo isso? - Você se questiona!
Percebo quando erro! Os deslizes soam como o bater da claquete sugerindo outro take, e logo tenho mais uma chance de estar perto.E quando dá tudo certo é por que valeu e foi gravado!!!
Passeando entre os Eslováquios descobri as muitas possibilidades de enxergar a realidade, inclusive, esse é mais um detalhe cinematográfico... a vida tem as cores do fantástico mas as histórias são sempre verdadeiras ou baseadas em fatos reais. E num desses passeios, me encontrei num tempo que há de vir registrando em película o caminhar leve das intuições e o sabor sutil das tendências naturalmente coincidentes.
Pareço um pouco vidrada? - é o que você teme!
Oh meu querido e íntimo correspondente, não se deixe condicionar a ver um filme real somente em cores reais. A vida aqui é um sonho sugestivo ao que está para chegar para nós. E já devem ter dito pelo mundo afora que a vida imita a arte e que a liberdade de expressar é o reflexo do querer. Uma história das telas é sempre uma história interpretada e, portanto, vivida; por seus personagens.
O inverno aqui tem elefantes violetas como símbolo da transmutação rápida e espiritual de um ciclo. E mesmo fascinada por esses mamutes continuo querendo que o verão chegue logo. É preciso ver o mar azul para saber sentir como se esquentam os hormônios. E não sei se esperarei por ele aqui ou se o adiantarei aventurando-me em outros continentes.
Enfim, se tudo isso que parece rodar como num set não for uma extensão do limiar da loucura... ... Seria interessante que você viesse me visitar no fim do verão, em Laguna Beach!!
O manterei rastreando meus passos,
Te extraño mi niño! Te quiero!
Tata la muchacha divertida, Pero No Mucho!