Sunday, September 16, 2007

não evitaria os olhos teus:
usaria-os como cobertores
encharcaria-os com o aromas de minhas flores
escondendo por debaixo desses panos
o deleite
e a periferia de todas as sensações

também não resistiria aos verbos teus:
mastigaria-os como música
anunciaria-os com o desejo de minhas súplicas
enfeitando essa porta de entrada
com letreiros neons
por toda avenida

muito menos seria apenas a menina
daquela noite-enluarada

conheceria as tuas marias
entregaria as minhas manias
e perfumaria essa nossa casa de intenção proibida
com o afeto daqueles outros
sem contá-los
para não abandoná-los
e ainda assim
não evitaria
não resistiria

agora hei de calar-me
fazendo destas declarações
uma mulher quase muda
que nunca talvez chegará a ti

Thursday, August 23, 2007

amor decantado este último
lamento já foragido
é que acordei sentindo piar o silêncio da tua criatividade
recordei-me do som genuíno que era esse canto
e da imensidão que se apresentava a mim
perdia-se você no contato com a possibilidade
e abandonava-me sob o calor ainda afetuoso dos teus dedos nos meus caminhos
singela dor essa que fica no lugar do teu ruído mudo
apelo, certa da dúvida que me causa lembrar-te
findo o apego sem medo
eu já andava sozinha quando você me deixou
embarco nas lamúrias mal fundamentadas
deixo o vento soprar o teu cheiro abafado em mim
fico nas cores bem aventuradas de tua alma sempre entristecida
sou a única recordação colorida de alegria em companhia que tens
e sempre serei a possibilidade do eterno se houver a hora
tua infantil imbecilidade é o motivo de perder-me
pois não há e outro por que de eu lançar-me a outro alguém
se quando despidos, exalamos todo o amor do mundo atuado na libido
amor decantado este último
amor em desencanto

Sunday, August 12, 2007

abri com dedos de chaves já despertas por esse médio prazo surpreendente
levei esse meio instante em que posso
dando à abertura a proporção inaugural de todos os sentidos
tocados em flores sobre os seus tons sonoros
aquela ultima noite
à esse contato premeditadamente coibido
foi nos concedido a invasão como acontecimento desinibido
e consta que instalou-se o tempo de usar COM
como surgimento inédito de de conversas confluentes
combinação convergente
de combustão conversiva
essa toda intensidade digna de minhas mãos escritas
interpretam a delonga
é uma pausa mediana proposta de perspectivas
ou são três pontinhos de prorrogação
que agora, depois de aberta e com todas as cores em mim refletida
me tornam presente de ação
e então interpelo por pronunciar apego ao nome claro de sua voz
durmo desejando apenas saber ser tão bem interpretada
tento corromper o silêncio do tempo que leva
interpelando toda a criatividade pelas cores brancas do seu baú singelo de emoções
e não temo criar muitas novas cores de chegar à sua caixa de mensagem
posto que é só o que posso
dito que é só o que anseio
certo que seja apenas um começo
de um devir demasiadamente humano e possível
não ouso ultrapassar o portal da minha imaginada ação
e não paro de ter você sempre perto
seja esse motivo um qualquer
que só subentende a mim

Tuesday, July 31, 2007

natas em si mesmas são como notastingidas de um vermelho escarlate neon que dispara beijosquentesacariciados pela graciosidade sutil da femilidade de sua essêncianatas em si mesmassão nascidas para o amor como pra semprepuramentenatas
uma homenagem às damas do cinema
nata-lia
re-nata
amizade nata cheia de gordurosas correspondências
ocorre-me agora um vaziotalvez por que amor não encha a barriga mas com você ele acariciasentirei, como sempre e talvez para todo ele, a sua faltasei em qualquer outrora que seremos felizes por que nossa afinidade é de trocar alegriassomos da mesma matéria dos sonhos cintilando como raios os tons mais coloridos e intensos nossa existência conflue numa ligação de sutilezaporém não sabemos fazer-nos flutuar como gostaríamosteimamos em nos colocar pedras nas mãose ficamos atadoscomo se fossemosum para o outrouma escolha que parece anular a diversidade gerada pela indecisão necessária de nossa juventudepor isso e só nisso erramosentão permito-me, flutuando, fazer-lhe um pedidonão quero ser o que vc precisa saber querervou seguir o impulso alegre de gostar de você em qualquer tempo-circustânciadeclaro aos astros que vou poder estar com você em qualquer de alguns momentosfazendo o presente realizar-nos sem o compromisso da escolha de ter que ser só vocêsem angustiar-me levando-me a criar arte na procura da hora para poder tocá-lominhas asas estão se quebrandopeço ajuda para que pare de cortá-lasninguém sabe oque em nós se transforma quando estamos conectadosentão não me anules como possibilidade de uma companhia desejadatransforme-se em mim a liberdade de gostar muitoencontre-me quando tudo parecer mais colorido com você famigerando o meu sorrisoveja-me como uma interrogada necessidade de intervenção como algo que soma multiplicandouma atração misteriosa que não se explicaviva-mesinta-me de verdadeseja feliz quando estiver comigoquero, também e sempre que der saber mais sobre o seu paique resolva em ti essa agonia de não sabersugiro que atire-sesuspeito que sentirei muita saudadeda mulher que existe em mim e que é suapara o homem que existe em ti e que é meubons dias