Wednesday, January 18, 2006



01/06/06

Querido correspondente
Aqui, na Eslováquia, tudo sugere tons bem diferentes. E para mim, é como estar perto da tela assim como um roteiro está para o seu filme. E porque tudo parece ter um destino certo como um roteiro seguido às riscas por seu diretor.
Como eu percebo isso? - Você se questiona!
Percebo quando erro! Os deslizes soam como o bater da claquete sugerindo outro take, e logo tenho mais uma chance de estar perto.E quando dá tudo certo é por que valeu e foi gravado!!!
Passeando entre os Eslováquios descobri as muitas possibilidades de enxergar a realidade, inclusive, esse é mais um detalhe cinematográfico... a vida tem as cores do fantástico mas as histórias são sempre verdadeiras ou baseadas em fatos reais. E num desses passeios, me encontrei num tempo que há de vir registrando em película o caminhar leve das intuições e o sabor sutil das tendências naturalmente coincidentes.
Pareço um pouco vidrada? - é o que você teme!
Oh meu querido e íntimo correspondente, não se deixe condicionar a ver um filme real somente em cores reais. A vida aqui é um sonho sugestivo ao que está para chegar para nós. E já devem ter dito pelo mundo afora que a vida imita a arte e que a liberdade de expressar é o reflexo do querer. Uma história das telas é sempre uma história interpretada e, portanto, vivida; por seus personagens.
O inverno aqui tem elefantes violetas como símbolo da transmutação rápida e espiritual de um ciclo. E mesmo fascinada por esses mamutes continuo querendo que o verão chegue logo. É preciso ver o mar azul para saber sentir como se esquentam os hormônios. E não sei se esperarei por ele aqui ou se o adiantarei aventurando-me em outros continentes.
Enfim, se tudo isso que parece rodar como num set não for uma extensão do limiar da loucura... ... Seria interessante que você viesse me visitar no fim do verão, em Laguna Beach!!
O manterei rastreando meus passos,
Te extraño mi niño! Te quiero!
Tata la muchacha divertida, Pero No Mucho!