Thursday, August 23, 2007

amor decantado este último
lamento já foragido
é que acordei sentindo piar o silêncio da tua criatividade
recordei-me do som genuíno que era esse canto
e da imensidão que se apresentava a mim
perdia-se você no contato com a possibilidade
e abandonava-me sob o calor ainda afetuoso dos teus dedos nos meus caminhos
singela dor essa que fica no lugar do teu ruído mudo
apelo, certa da dúvida que me causa lembrar-te
findo o apego sem medo
eu já andava sozinha quando você me deixou
embarco nas lamúrias mal fundamentadas
deixo o vento soprar o teu cheiro abafado em mim
fico nas cores bem aventuradas de tua alma sempre entristecida
sou a única recordação colorida de alegria em companhia que tens
e sempre serei a possibilidade do eterno se houver a hora
tua infantil imbecilidade é o motivo de perder-me
pois não há e outro por que de eu lançar-me a outro alguém
se quando despidos, exalamos todo o amor do mundo atuado na libido
amor decantado este último
amor em desencanto

Sunday, August 12, 2007

abri com dedos de chaves já despertas por esse médio prazo surpreendente
levei esse meio instante em que posso
dando à abertura a proporção inaugural de todos os sentidos
tocados em flores sobre os seus tons sonoros
aquela ultima noite
à esse contato premeditadamente coibido
foi nos concedido a invasão como acontecimento desinibido
e consta que instalou-se o tempo de usar COM
como surgimento inédito de de conversas confluentes
combinação convergente
de combustão conversiva
essa toda intensidade digna de minhas mãos escritas
interpretam a delonga
é uma pausa mediana proposta de perspectivas
ou são três pontinhos de prorrogação
que agora, depois de aberta e com todas as cores em mim refletida
me tornam presente de ação
e então interpelo por pronunciar apego ao nome claro de sua voz
durmo desejando apenas saber ser tão bem interpretada
tento corromper o silêncio do tempo que leva
interpelando toda a criatividade pelas cores brancas do seu baú singelo de emoções
e não temo criar muitas novas cores de chegar à sua caixa de mensagem
posto que é só o que posso
dito que é só o que anseio
certo que seja apenas um começo
de um devir demasiadamente humano e possível
não ouso ultrapassar o portal da minha imaginada ação
e não paro de ter você sempre perto
seja esse motivo um qualquer
que só subentende a mim