Thursday, December 28, 2006

geografia, zapatismo, antes do anoitecer e escorpiões

ainda sobre a diversidade
o importante é saber como
gerar as possibilidades
e disso eu escolheria qualquer fantasia histórica
para escrever minha história fantástica
até mesmo a sua ou a minha
e assim, a redundância das palavras escolhidas
reforçariam o paradoxo
e por si, o paradoxo não mais sustentaria a diferença contida nele
sendo paradoxal, apenas o estímulo para reconhecer dois pontos: o de partida e o de chegada.
criando infinitas estradas para percorrer as possibilidadfes de sair de algum lugar
ou de chegar nele
ou em outro
e NADA MAIS!
Bastaria apenas considerar as múltiplas tendências
...
ainda sobre a diversidade, a possibilidade e o paradoxo
concluo serem estes o final de alguns anos de suposição
e ainda são tão fantásticos
como qualquer fantástica história
que eu escolheria para ser minha história fantástica
seria, então, a redundância uma ousadia prima da euforia
e neste tempo se usariam as palavras
para se criar um vínculo dançante
rebolando ou fazendo rir quando mudando
e ainda assim sustentando o verbo
de saber dar a palavra
o paradoxo então seria uma espiral muito colorida
e não bi-color
não existindo então nenhuma contradição em ser diverso
e o que diferisse a partir dai não teria comparação
nem medida o coração
apenas se buscaria a fantasia
de escrever uma história tal qual colorida
e poderiam pintá-la qualquer mão
tornando fantástica a história minha
da vida
ou de muitas outras que dirão

de que é a sua fome de fumar uma história fantástica?
vidavida
vivaviva
vidaviva
vivavida.
vivida



Thursday, December 21, 2006

incrível...
mas tem coisas que são mais fáceis do que a capacidade de imaginá-las
ou quem sabe é assim:
há coisas em que, o tempo, não deixa de ser um amigo precioso - como cantou um cidadão instigado - ...
e isso é o mesmo de dizer:
tem coisas que, de repente, se exercitam!
afinal ia fazer uma década que eu havia conhecido um belo partido para compor um sem-cabelo-amigo
e mais ou menos essa mesma medida que ensaiava uma forma de estar mais perto, ainda que fosse só para acompanhar a evolução de sua careca...
mas não foi assim
mas foi assim:
de repente estava eu em casa, quer dizer, de favor na casa. E dura, mas ainda assim resistindo e ambicionando ser, não cinza de pedra, mas de edifício, que é para compor nesta metrópole um lugar vermelho e púrpura para se visitar... quando vi um portal para atravessar os meus não-feitos.
O fato me rendeu uma ótima leitura, bons instantes de prazer e este post no blog de um velho amigo...
o blog:
www.aloisiodacudade.blogspot.com
o post:

os poucos longos minutos em que passeei com vc por este jardim, me foram suficientes para entender a dimensão dos seus passeios pela metrópole.
Me vi sufocada, atropelada e sem bigodes grisalhos para me levantar, entendi sim a paternidade e não chorei mas caíram lágrimas profundamente abandonadas de meus olhos secos e cinzas...
incrível...
mas hoje você foi meu pai e como filha admito estar profundamente perdida e ansiosa por uma contrapartida.
Não saio dessa televisão gigante antes de provar a ela por que vim, e até lá espero ver a sua careca enorme me contar histórias divertidas para animar a esta menina que só quer trabalhar num lugar descente e aprender a resenhar...
BJocas querido e velho amigo, são quase nove anos de um carinho fraternalmente bem escolhido
Se cuida e mantenha-se perto sempre que possível,
Passado a sua paternidade temporária...
Tata Muchacha

Monday, December 18, 2006


Talvez eu até te diga
gosto de ser A escolhida
e foi de gostar que sempre fiquei
e de ficar que sempre tentei
e de tentar que sempre amei
Mas quem sabe eu até te diga
o que eu acho que faltou dizer
é que de pequenina eu sempre brincava
de estar acompanhada
e eu gostava mesmo era de ser rainha
pois nas brincadeiras você era escolha minha
Pode ser que eu até te diga
que não deixei de ser menina
e que ainda queira mais...

Monday, November 20, 2006


cala a tua boca!
fica quieto!
eu farei ruir,em graves, o teu silêncio
escuta!
fecha a matraca
silencia
eu farei um bumbo carnavalesco com a tua alma
parado
não mova um dedo
eu farei asas da tua inércia nua
não se identifique, apareça.
não se preocupe, me abraça.
não me procure, venha.
e não me interrogue!
e cala...

rasga essa moralidade imposta
E LATE!
não vim de longe para saciar a fome de um covarde,
BATE!
eu sou inútil para você, e você?
SABE!
então entope a tua boca de vontade
e MORDE!

e GRITA!

e BERRA!
Eu vou repetir:
EU SOU INÚTIL PARA VOCÊ!
SEJA FORTE!
e então, CHORE...
arranca do peito o teu homem
e ME ENGOLE!
eu sei, sou inútil para você
VÁ EMBORA!
despe a tua sina de entender
e VEM AGORA!
EU?
SOU INÚTIL PARA VOCÊ!
então CALA
e ACEITA...
você me ama!
ENTÃO BEIJA-ME
até esquentar minha dama...
você é inútil pra mim
e até para a minha cama.
então aumente um PONTO
sussurre um conto
faça alguma melodia
cante com euforia
encante...
(À sÃO pAUlO - 1 dia antes de comprir os anos)

Thursday, October 26, 2006

desculpe não consegui postar a foto
mas na dúvida quando fizerem o link pro flickr de um fotógrafo muito bacana e ... meu
reparem numa foto quase sem o registro da luz
e reparem na casa colorida no centro
reparem que era uma estrada sem nada
e que eram cores sem por quês
e que não era essa a cor que eu via
mas é o colorido dos vossos olhos
das vossas crenças
e é só uma referência
de que estive por lá
o resto é bobagem
e bobagem é ser singelo
UAU - Unica Amorosa Util...
quando a vida vai bem, a cada instante muda
viver em transição é no mínimo...
é dramaticamente...
e é divertido...
ou você não acha graça em sentir a obrigação de não cometer o mesmo erro?
ou não é engraçado procurar não se apoiar em velhas lembranças?
ou não querer?
ou não temer?
ou?
e ou...
... ou qualquer coisa que você depare na rua e por consequência da anunciada - e declarada e estabelecida e instaurada e inaugurada -mudança, você decide não saber resolver?
e seguir sem tentar e quando virar a esquina saber que o que não tem remédio
remédiado está!
e ainda sorrir por ter no desconhecido o antídoto natural para combater o efeito paralizante do medo?
sejamos leves em reconhecer que a independência declarada ao apego
é sutilmente tragi-cômica
por que não é densa
denso é o que é intenso
e oque existe de intensidade em não saber?
sejamos leves em reconhecer que não saber é assumir o risco e crer que NÃO SOMOS SÁBIOS E QUE ASPIRAMOS TERMOS A CERTEZA DE SABER E QUE É POR ISSO QUE MUDAMOS!
não sabemos nada e estamos sempre lutando para sobreviverMOS, para viverMOS, para terMOS prazer, para SABERMOS, pra terMOS, pra verMOS... pra SERMOS
e diante da mudança, ainda que nos percebamos tão frágeis e tão carentes por desconhecermos até quem são os nossos aliados, conseguimos rir de tudo isso apenas por ACREDITAR que toda mudança surge pra re-instalar o bem,
pra sugerir o melhor e pra sustentar o infinito
por que infinito é tudo aquilo que não conhecemos
e que não finda mesmo quando diante do exagerado medo do fim
E DIANTE DE TODO ESTE DESTEMPERO EXAGERADO
DE NÃO SERMOS SEMPRE OS MESMOS
DE BUSCARMOS O INFINITO
É QUE EU ADMITO:
TUDO ISSO É INCRÍVEL!
TUDO ISSO É FANTASTIC!!
TUDO ISSO É UAU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
darlou bicha?
esse é o link
e eu?
La mucha muchacha Amorosa
segurando o tchan
e então
e bunita
e no salto
e pronta pra vender livros
e arrasar!!!
(QUERIDOS AMIGOS, estejam sempre comigo a compartilhar o que me borda o enfeite dos vestidos
me vistam de palavras divertidas
pra eu sair bunita pro trabalho
pois nada me enfeita mais os trajes
a não ser vossas crenças de que eu sou capaz
de arrombar os corações empregatícios
na convicção de que eles contrataram
o futuro nome da literatura nacional!)


e se ensinar é aprender duas vezes
uau
vocês me ensinam a ver como posso ser quem sou
e sabida
bêeeeejo , me liga!
(P.S: Má essa é a sua foto mais suscinta e a mais bela e A linda... e fazendo o link: www.flickr.com/photos/madu)

Tuesday, October 24, 2006


gosto de saber que não tenho tempo sufuciente para olhar o que ficou para trás
gosto de não ter o tempo necessário para ficar
gosto de ter que ir à um lugar desconhecido
de ter que fazer novos amigos
de aprender a conhecer outros sorrisos
e como que, sem nada do que ficou, assim apresentar-lhes meu olhar receptivo
gosto dos novos palpites sugestivos
das noticias surpreendentes
das alegrias inesperadas
dos bares berrando em euforia as novas vozes
as notícias me levam a um cansaço delirante
e do novo balanço em meus cabelos, dos novos enfeites
gosto dos meus novos retratos
e com esse tanto de novo insistindo em contruir uma nova redundância em forma de poema
o descanso quase não acontece pois o corpo mantém o frenesi de um recém nascido


enfim...
apesar disso
no meu mundo íntimo
o amor ainda ainda que novo me parece redondo
e mesmo com o pouco tempo que me resta para o adormecer da mente
tenho sempre um também mesmo sonho
atemporal e cíclico
onde encontro você sempre rindo
indo
e aqui
(um beijo delicioso a todos os meus ótimos e novos amigos que fazem do meu lamento o riso e a força para segurar o tchan andando
pelo meu próprio caminho)

Tuesday, October 17, 2006


limpo privada, arrumo a cama, cozinho, lavo, passo, recepciono, atendo, vendo, falo inglês, faço massagem tailandesa, escrevo, domino o pacote office, enrolo um espanhol, observo, permaneço, prego o amor, profetizo a liberdade do eu, didatizo o aprendizado do caminho do meio, faço boa companhia e dou aulas de relacionamentos...
e ainda assim...
só percebo agora que nas minhas habilidades não faço nada só pra mim...
vou dançar sozinha, usar minhas mãos pra besteirinhas, passar duas horas acariciando os meus cabelos e o resto da vida viciando os meus olhos ao meu umbigo
antes disso achava que eu era um et
depois de me acostumar com meu umbigo
acho que poderei te ver!
obs: ainda posso limpar os azulejos...
to procurando emprego, quem souber de algo,
liga
(12) 9151-2334

Wednesday, October 11, 2006


depois de um tempo de palavras de José
enfim a minha...

detesto pois o modo como os livros acabam
talvez não os modos, mas detesto pois, acabarem
nos demora um tanto gostar-nos da história e contudo se vão a terminar com meias palavras
e não se importa que não sejam só meias... mas ainda que sejam inteiras
o fato é que ashistórias dos livros acabam
e depois, entrar em outra história é como sair a procurar algo do qual você encontrava quando se ocupava de ver não com os olhos mas com a alma
quando os livros se vao, estão a nos entregar de novo à cegueira real da vida
não vemos, pois não sabemos fazer nada se não o vemos
enfim, detesto qualquer fim...
então!
um retrato não da vista mas de um prisma refletindo a imagem de uma amizade

fotos: www.flickr.com/photos /madu
à Matheus Duarte, Fábio Spinelli, Tiago Berbare e José Saramago

não há nada melhor para fazer mudar de opinião do que uma sólida esperança
(saramago)

foto: www.flickr.com/photos/madu

pois enquanto eu puder manterei as esperanças
há esperanças que são loucura
pois eu digo-te que se não fossem essas eu já teria desistido da vida
(saramago)

foto: www.flickr.com/photos/madu

o único milagre que podemos fazer será o de continuar a viver, amparar a fragilidade da via um dia após oturo dia, como se fosse ela a cega, a que não sabe para onde ir e talvez assim seja, talvez ela realmente não saiba, entregou-se às nossas mãos depois de nos ter tornado inteligentes, e a isto trouxemos...
... abramos os olhos o pior cego foi aquele que não quis ver...
(saramago)

fotos: www.flickr.com/photos/madu

o senhor é escritor e tem a obrigação de conhecer as palavras, portanto sabe que os adjetivos não nos servem de nada, se uma pssoa mata a outra, por exemplo, seria melhor anunciá-lo assim, simplesmente e confiar o horror do ato por si só, fosse tão chocante que nos dispensasse de dizer que foi horrível. Quer dizer que temos palavras a mais. Quero dizer que temos sentimentos de menos. ou temo-los, mas deixamos de usar as palavras que os expressam, e portanto, perdemo-los.
(saramago)

fotos: www.flickr.com/photos/madu

Tuesday, October 10, 2006

Tive muito medo de pensar no que direi, mas como assim o é... Não tive outra escolha, por que o medo não é lá bom conselheiro como me alertaram várias vezes outros que os disseram...

Assim o é!

Plagiando um desses seriados que a gente, sem outra escolha, se envergonha de dizer que assiste, chegou ao limite de coincidências o que me traz aqui. E falarei, então eu, das palavras que encontrei da vida para assim me definir.
E se chegaram até aqui não terão escolha, terão de ler até o fim...
Ou se as querem (coincidências) saber, pois então fiquem mesmo, pois logo logo por repetição saberão o que tanto me disseram por ai...
Sou o que sou por que não tenho escolha. Fazemos o que fazemos por que não temos escolhas. E não adianta tentar fazer diferente, a resposta ser-nos-á sempre a mesma. E a este verbo precedido do advérbio de negação atribuo por mim, por que não tenho escolha, a sua sinônima LIBERDADE.
Então é fato! E se já não me envergonho de saber por que assisto não me cora a face também dizer: amo você.
Por que assim o é e não tenho escolha. Faça o que eu fizer, ande eu por qualquer canto do mundo tentando me desmentir, não chegarei a outro lugar quando a procura do amor senão a você.
E diante deste vão escuro que se instalou e que chegou a quase me tirar da vida o apetite visceral de me fazer viver, encontrei mais um fato coincidente nestas palavras que, não canso, como ser humano, de repetir~: que amo e você.
Foram os fatos do acaso, da força que eu tentava fazer contra e que, claro ,não se consumaram por que não era oque da vida me foi dado. E foi ter sido autorizada a ser o que sou e fazer o que faço por que não temos escolhas diante do que nos é certo... Foi poder assumir sem o medo da vergonha, do desprezo... Que amo mesmo que num instante seguinte a vida se fez intuir de novo e em mim enfeitou-se de vontades.
E juntando estes dados a outros fatos, como a mulher que ouvi prever, quando ela nada o sabia, que não tinha eu outra escolha a não ser viver do que você já deve saber. Foi por isso que intuindo a não-escolha cheguei aqui: Pois somos nós, eu e mais você condenados a de amor relacionado viver.
Coube então a ti pedir outras respostas? E você pediu e foi ao tempo (solitário) que te levasse ao lugar que lhe tiver que ser reservado, não foi? E eu não temo dizer que logo mais, ao tempo em que eu ainda não sei quando, talvez quando estiveres diante de um engano ou ao acaso de estares na praia ou a fazer nada... Quando der por si de estar no seu lugar, estarei eu ao teu lado a rir do que não pudemos escolher e ainda assim o fizemos. O que não é mal por que não nos foi não-escolha matar, roubar ou mentir... Nossa não-escolha é amarmo-nos. E fazer-nos rir e chorar e à chave lhe dar a fechadura para a porta abrir.

Cabe a ti, pelo sua singularidade da espécie, questionar da vida oque lhe é dado com a força do que não lhe é sabido e/ou desejado. E coube você questionar teu Deus por que necessitas amar a mim, não foi? Não o temas você não é oque é e faz o que faz por não lhe ter sido dada outra escolha...
Não me é convencimento saber que seremos eu o teu amor e, de mim, o amor será você. É que diante de ti não tenho eu outra escolha... e assim me faço.
Não só por causa da vidente, das palavras do seriado, mas por causa de Saramago, Rainer Maria, Juan Bonilla e Dan Rohdes que; caso estejas tu a me questionar; eu sigo pensando do meu umbigo além.
Então fiquem.
Penso dentro desta lógica e indo além, que não é à toa que está o homem a servir-se de tantas ferramentas e tecnologias. É por não ter escolha que cria tantas cousas da sua ciência. E isso lhe é da vida o isso o que incomoda e o que lhe pulsa.
As vezes, não aceitamos o fato de não termos o controle do acaso. Ou melhor, temos sim o domínio de nossas vidas... não questionemos o que não temos escolhas. Sabemos nós que nos foi concedido o dever de cuidarmos, cada qual, de nossas próprias vidas. Mas o que temos de fazer assim o faremos e não adianta termos feito outras escolhas, processado?
Temos então celulares, computadores, vídeo-games, veículos, eletrodomésticos, casas, prédios e muitas opções de cada para fazermos as nossas escolhas. Mas quando a fazemos estamos apenas nos permitindo fazer o que temos de fazer para chegarmos aonde temos que chegar a qualquer jeito. O mal é mal não por escolha mas por que não tem outro que ser pois não sabes na vida fazer outra coisa e o bem é invencível por que não tem escolha.

Um exemplo genérico?
... Enfim, já é certo que várias coincidências que até aqui me guiaram foram minhas não-escolhas, e concedidas a mim em liberdade de fazê-las. E por mais que possam ser inaceitáveis, ou peçam, ao tempo, seu questionamento verídico, o fato é que a minha vida começa e termina em palavras. E por isso, cair aqui me foi imprescindivelmente inevitável. Por que ficam a me perturbar, em imagens escritas, o tempo todo as palavras que surgem nos incansáveis diálogos do meu pensar. São elas que me incomodam, que me despertam, que me apaixonam, que me infectam, que me destroem, que me falam... E é por isso que rodo, perco o sono, mas que não tem jeito: Logo estou eu, e aqui, a escrevê-las. E deste fato eu, mesmo que tente, já não corro. E agora, diante do fato de saber que não importa o que faça, estarei eu sempre a usar as letras para resolver, eu não lamentarei delas exprimir apenas o que ainda ao culto parecer medíocre. Não ter outra escola ou escolha,não faz de mim nem mais nem menos, apenas Escritora! ... Que não cansa de ter esperança... E que não tardou a criar uma outra só para aqui ficar clara a sua não-escolha. Assim fez-se a Tata Muchacha, e é para isso que a trouxe em mim, para não se cansar de ver na vida tantas cores e crianças a se alimentarem em harmoniosa festança, aqui de dentro. Eu faço o que faço por que não tenho escolha... mesmo quando não quero estou eu com a caneta e a folha.
... Suspiro...
Decidida a não corrigir este texto por sua exaustão de mesmas conclusões, decido que não tirarei nenhuma ESCOLHA, AQUI, OUTRA COISA, SENÃO, MIM, TI, AMOR E O SEU SINÔNIMO PARA MIM: VOCÊ; E O SEU COMPLEMENTO: LIBERDADE.
Pronto! Façam aqui a primeira pausa com um brinde: viva a liberdade!!!!!

Pronto?
E não se questionem por que volta o mundo em círculos, se assim o é e já foi dito. E nem se valham desta frase como conselho. Se lutarem e lutarem sem vencer, se nadarem e nadarem sem chegarem à praia. Saibam, como seres vivos que somos, que é preciso viver por que não temos outra escolha e é preciso entender que o que nos é dado a repetir é o que fazemos sem opção de não o fazer.
Viver é ter de fazer essas coisas para saber que não importa o que façamos, o fazemos pois não temos escolha.
Outra exemplificação mais ampla...
Se você é fotógrafo, logo deve me entender quando diante de tantos artefatos, tecnologias e tipos de câmera você possa até se perder, mas não consiga, então,fazer outra coisa a não ser escrever da vida a sua luz. E se você é pintor não lhe importam quantas sejam as opções de telas e/ou tintas, o que quer que escolha, o que você vai fazer é registrar em arte as cores da vida. E se você é escritor, não lhe faz diferença a ferramenta ou a caneta, e você até tenta, mas não sabe fazer da vida outra coisa a não ser lhe registrar os fatos às palavras.

E não temas que a vida assim possa parecer tão chata, tão cruel ou desenfreadamente trágica.
Posto que iremos acabar talvez pela ganância de uns, pela arrogância de outros, pela força do efeito do poder em alguns; Posto que as nossas comidas já são venenos ou que dela nem sabemos; Posto que nossas águas são escassas e as nossas armas são tantas; Posto que haja tantas e desiguais vivências... Por que se ela tem de acabar, basta estarmos vivos para sabê-lo. Então não-escolha a dor para fazer o teu bem. E viva a tua liberdade para fazer o que não tem outra escolha. Cuida do que não tem jeito e deságua no teu peito sem que possas escolher.

Cheio?
Uma pausa para mais um brinde à liberdade, e aos que não se cansam de ter esperanças, por que isso é coisa de ser humano que não tem da vida outra escolha. E como tais, sabemos sermos nós imensamente débeis, mas sensíveis, sensitivos, seres que estão vivos e não tem outra escolha a não ser da vida, viver. E amem por que a nós e á racionalidade não nos resta escolha a não ser precisar e saber perfeitamente amar.
Assim o é para que possamos ser amados, amantes, entendidos tal como assim o somos. Humanos cheios de defeitos ou virtudes e libertinagens ou pudores, e chatices ou risos e/ou dissabores.
Não amar não é de nós.
E saúde à vida que não tem outra escolha a não ser nos levar, quer seja para escassez dos recursos que nos tornam vivos, quer seja para deles nos libertar.
Essa história de nunca diga nunca, não aceite, questione,seja feliz e independente, pense e ame primeiro e só você... são apenas frases de um império comercialmente globalizado que se não estão a funcionar para as suas metas ao menos te fazem comprar um pouco para se consolar. Quando não se tem outras escolhas, essas fórmulas prontas não nos servem pra nada. Por que somos o que somos por que não temos escolhas e danem-se as metas e as fórmulas!
Aos que fazem entender como pessimista ou otimista estas palavras, parem de tentar fugir do que é inevitavelmente a nossa escolha enquanto espécie: O otimismo, o pessimismo e a piedade são apenas faces de uma moeda consumista e para isso alimentar, e que nos põem quase mortos e imóveis, somente à esperar.
O que nos é certo, e dado como pensamento e cérebro, é que vivos, façamos o que façamos devemos estar em movimento. E façamos o que façamos nos foi dado, como vestes, a esperança e a compaixão para não perdermo-nos do que somos por livre NÃO-ESCOLHA. APENAS SERES E HUMANOS.

Ao João Pedro Manara, Ângelo Varejão, Tiago Berbare, Bruno Sandini, Natália Kondo, Gabriela Mamede, Marilia Melo, Fernanda Machado, Marcela teixeira, Paulo Borgia, Gabriela Magalhães, Pedro Borgia, Janete Gonçalves, Mauro Francisco, Mauro Rafael, Rafael Cordeiro, Letícia Rebello, Fernanda Rappa, Thales e Renan Duarte, Melise Wenceslau, Budega, Paula e Simone Manara, Karina Alméri, João Paulo Mattos, Alexandre Hisano, Felipe Cobra, Felipe e Isabela e Flávia Ballista, Pedro Wirz, ao Matheus Duarte Spinelli e...À Tata Muchacha e todos, sem escolha, vocês.

Isso é metafísica, é a vida em cores, magia em flores, alegria de amores
isso é arriba e é pra lá que estamos todos, sem escolha, a caminhar!!!!

Monday, October 09, 2006


cantaram pra mim
Adeus Você
Adeus você Eu hoje vou pro lado de lá Eu tô levando tudo de mim Que é pra não ter razão pra chorar Vê se te alimenta E não pensa que eu fui por não te amar Cuida do teu Pra que ninguém te jogue no chão Procure dividir-se em alguém Procure-me em qualquer confusão Levanta e te sustenta E não pensa que eu fui por não te amar Quero ver você maior, meu bem Pra que minha vida siga adiante Adeus você Não venha mais me negacear Seu choro não me faz desistir Teu riso não me faz reclinar Acalma essa tormenta E se agüenta, que eu vou pro meu lugar É bom...Às vezes se perder Sem ter porque Sem ter razão É um dom...Saber envaidecer Por si Saber mudar de tom Quero não saber de cor, também Pra que minha vida siga adiante ...pra que se eu voltar radiante

Thursday, October 05, 2006


H20 em cachoeiras... (reconstituição)

O que me chateia é que há uma catarata sem igual desaguando de e para mim...
E porque há uma infinidade dessas mesmas partículas inundando de e para ti...
E você e nós e mal temos compartilhado tudo isso em fluídos...
E eu e nós e mal temos água para os nossos sussurros e ruídos...

O que me chateia é que eu fico assim em águas surradas refletida...
E por que há composto em meu retrato alguém, como tu, ao meu lado...

O que me chateia é a força da queda...


(foto: www.flickr.com/photos/madu)

Não quero mais...

Eu não quero falar de estupidez por que sobre esse posicionamento mesquinho, já fui eleita rainha!
Também não vou julgar os seus atos porque deste crime que me acomete hoje certa raiva, sou ré confessa.
Não pedirei que se redima ou que se venha justificar, pois também cabe a mim a imbecilidade de agir como uma menina.
Mas vou implorar: Quando solicitar-lhe que mantenha a ti o meu confessionário... Quando confiar a você o sigilo de meus pecaminosos e estúpidos sentimentos; por favor, mantenha-os na tumba secreta do teu coração. E guarda a minha ignorante confissão sob e ainda debaixo dos sete pés da terra.
E ainda sobre o meu pedido de discrição, posto que não haja nada que eu deva esconder, mas que também não haja nada que eu queira revelar, mantenha esse ridículo sentimento, confesso a ti por leal sentimento, escondido.
Pois, se te pedi que enterrasse o meu depoimento é por que coube a ti sabe-lo e enterra-lo contigo e também em segredo. Não peço não dizer a um íntimo. Mas te peço não divulga-lo em rede nacional.

E se estou a desconfiar de ti como não deveria fazê-lo... Ora, pois não é se por que duvido das suas palavras e juramento, mas por que destratou meu único desejo de manter desconhecido o meu jeito ridículo de, ás vezes, experimentar um relacionamento. E se mantive a desconfiança foi porque despertaste a fúria de não me ser leal como se prostrou a sê-lo. Por que publicou notas e notas nos mais diversos endereços sobre o meu fracassado sentimento. E quando me faltam com a lealdade, me faltam certezas para assim acreditar nas promessas de inocência feitas... Bom e enfim...
... Foi isto só um fraternal dês-jeito de se pronunciar um erro e de confessar um segredo. E de se prezar uma amizade.
E se eu puder lhe dar uma dica:Use a minha voz para o teu silêncio ou assuma o risco de encontrar nestes estúpidos ruídos pronunciados, a fúria inconseqüente dos meus tímpanos desapontados. Resolva-se com esquecimento esses dementes desentendimentos e sejamos nós capazes de sublimar!

Wednesday, October 04, 2006

Há dias como estes em que o melhor a fazer é não pensar.
Não questionar se Deus existe, se a verdade é um bem absoluto ou relativo.
Se a lealdade é fundamento ou utopia.
Em dias como estes falta faz à farmaceutica uma aspirina para anestesiar a alma.
Falta faz à informática uma tecla para deletar os traumas.
Há dias como estes em que o melhor de nós é de nós foragido. E o melhor que se pode pensar é como não pensar em desistir.
E não ter que manter a eufórica leveza, nem ter que sustentar suas habilidades na crença de si mesmo.
Em dias como estes falta faz à magia uma varinha de condão pra fazer das trevas luz.
Falta faz à poesia uma palavra para calar a dor

... Ou para fazer mudo o amor.
Há dias e dias como estes, em vidas e vidas por aí.
E acontece que você não ouve o queixar das rosas. Por que simplesmente as rosas não falam.
E você já nem sabe se dos seus espinhos és tu a causa ou efeito e/ou ardor.
E em dias como estes há horas como estas e minutos como estes compostos de segundos como estes tão longamente duradouros.
Então o medo lhe é a maior das desculpas em pensamentos de dias como estes?
Saibas tu que mesmo em dias como estes o medo deve-lhe ser o pior dos conselheiros.
Então faças tu, das tuas horas como estas, o moinho da tua vida. E triture tudo em solitária escuridão. Chore o lamento de teu peito vazio de qualquer sentimento bom de ti. E questione as verdades que para tu pareciam absolutas. Contemple as tuas falhas grotescas.
E quando não lhe couber nem mais uma gota ou lágrima...
Segues tu o caminho avesso.
POr que ainda haverá dias e dias como estes e horas e horas como estas e minutos de longos e duradouros segundos como estes...

PS de PROPRIEDADE PARTICULAR E INTIMA:
pretinho?
Se puder me ler aqui saiba que acredito em ti. E que em dias como estes em que me falta a crença da recíproca. Espero eu ao menos dos teus olhos brilhantes não ter que sair.
Por isso, não leves tu, destas mágoas, alguma farpa. Pois se saires daqui sabendo que você não cabe nos meus lamentos, amanhã, e pelo avesso,farei-me levantar de saia de renda. Para rodar em rito a roda colorida
das palavras que me farão bailar enfeitada de amar.


Volto para trás.
E me faço, assim com obviosidade, retroceder.

Desvio-me da primeira direção;
E Reproduzo-te, espelhando um retrato, revelando as tuas cores da alma Colorido denso repercutido no espaço que é infindavelmente vosso.
Se intransito estes gestos, sigo a pensar maduramente, e assim posso faze-lo ter a influência.
Produzo estes feitos, em efeitos de longo prazo.
E sigo observando a objetar-se, incidindo na recaída para repercutir as vozes sufocadas de vossas vontades.

Transmito-me sem medo do efeito ou do significado etimológico de o fazer. Sou retrado de algo retratado.
Sou vago e sou solto, sou ato e sou falho.
E adaptando os versos de Aurélio, eu RE-flito para-ti

Saturday, September 30, 2006


e/ou...

era uma vez... (coloque aqui a sua historia) ...
e foram felizes para sempre
(ponha-se aqui no seu sorriso)...

a ilusao e/ou o desenho real se o sao objeto e/ou reflexo
nao se diferencia a definicao
confundem-se com o desejo
e/ou com a beleza
e agora nada mais sao do que um outro modo de ve-los
o antagonismo nao os contraria
entao era uma outra vez (coloque aqui a sua estoria)
... e foram felizes para sempre ( ponha aqui a sua gloria!)
considereacoes finais:
foto minha por que era uma vez a minha historia
e/ou sua por que era uma vez a minha estoria
eu vou falar do poste e vc?

www.flickr/photos/madu

fui a china-na
saber oque era china-na
todos eram china-na
e eu nao era china-na
(em epoca de decidir o futuro do Brasil nada melhor do que nao querer nada, nao pensar nada, nao dizer nada, e nao eleger esses nadas).
fui ao vietna-na..
nao!
ainda estou por aqui
e cantar
por que eh bom nao ter a responsabilidade de expressar uma na'cao

Wednesday, September 27, 2006



Não quero ser politizada.
Eu não.
Ora, não te parecem as pessoas politizadas demasiadamente sérias ou partidárias em exagero?
Ou não te parecem descrentes ou insatisfeitas demais?
E ainda que não sejam serias o suficiente para incomodá-los... Mas fosse eu mais politizada e estaria estrepada ou condenada a um partido sem qualquer futuro. PAI: partido do amor incondicional. Ora essa e tem cabimento elaborar qualquer fundamento político com essa legenda?
Condicionada a viver perpétuamente nesta caixa redonda terrestre já me foi dado o mínimo de politização necessário à espécie humana. E a este princípio existencialista, obigada, eu agradeço e amén!
A mim não!
A mim não cabe saber mais do que, osmóticamente sei, por estar nesta era. Não. A mim coube nascer do amor, viver do amor, perpetuar o amor e, quiçá, morrer com tamanho exagero desse tal sentimento.
A mim não coube o dom da inteligência extraordinária e nem me coube a insuportávelmente beleza do ser. Não!
Coube a mim chorar desaguada quando ao final de três longas horas concluo, alegre, o assistir da Insustentável leveza do ser.
A mim também não coube nascer em berço de ouro e nem coube a mim e ainda e também receber, sem o fazer por merecer, o amor incondicional, necessidade essa intrínseca à espécie.
A mim coube nadar e nadar e nadar pra morrer na praia. E quando já desinteressada por tudo que falasse de amor e desiludida pensasse em seguir a vida política para pelo menos enriquecer sem muitas medidas, coube a mim deparar-me com ele no mar, no ar ou o que quer que fosse o meio que ele fizesse exalar seu odor incomparávelmente fétido e fetichento. E de novo o amor esteve em mim!
A mim coube a difícil tarefa de aceitar em Pessoa a capacidade de ser medíocre mas não mediano. A mim couberam olhos a mais, sentidos demais, desejos inconcebíveis ou sentimentos demais... Coube a mim culpa demais, dramaticidade demais e inconsistências demais!
A mim coube observar ainda em Pessoa que, como eu, ele era medíocre às formações políticas mas em tudo o que foi sócio-qualquer coisa tivera sido ele essencial à esta raça desacreditada, dessensibilizada e demente.
A mim coube a esperança do afeto, a necessidade do objeto para amar. E me serviram os amigos, os inimigos, o meu filho, os dos outros, e até o mendigo. Mas tudo isso sem potenciais para politizar.
E a mim coube o cuidado de não estranhar que sejamos tão modernos quanto tecnológicamente mais evoluídos que qualquer um de nossos pais ou antepassados, mas perante eles sermos tão descrédulos e superados pela capacidade de amar!
Eis aqui o que me caberia se amor fosse legenda política: amar e quando não acreditar ou não puder ou não desejar... amar. Até vomitar e depois esfomeado de amor se alimentar... e ahhh mar!!!
Mais uma vez não me reservo a sufocante modéstia descabida e depreciativa não. Em matéria de amor eu sei mais que o Geraldo Alckmin, amar!!!... Mas nem assim espero o emergente acesso ao que julgo o retrocesso da espécie humana: a cadeira Mercadante de uma empresa qualquer.
A mim não! Esperidião Amin? Não!!!!!!
A mim coube o feudalismo, o romantismo ou o antropocentrismo se é que sei oque estou a dizer. E se não cabe a mim sabê-lo, sigo feliz por ser ignorante o suficiente para continuar crendo.
Uma homenagem à minha alma siamesa, ao meu amado preto, à minha cria dotada da responsbilidade de encher o tanque do meu reservatório de afetos.
A todo o resto a minha capacidade, o meu desassossego quando estão em desafetos e os meus ouvidos.
Com amor, por que em mim é só o que cabe!
Sem mais politizações, principalmente em véspera de eleições,
Lula lá ou não... danem-se. No dia da eleição eu justifico meu voto por que estava a amar!
Tata la muchacha ignorante e pra rimar... amante!

Estou eu dormindo muito?

Monday, September 25, 2006


garçom?
garçooommmm?
ô garçom?
enquanto o garçom não vem...
o tempo oscila como que sem cronologia
encontro em tempos diferentes, mas na mesma medida, três histórias parecidas.
A história da força de três pássaros meninas que desafiavam as circustâncias com as vísceras.

A primeira menina era Florinda... esta menina romântica e medieval tinha nascido com as palavras da vida. Sabia como encontrar qualquer medida ou maldade e sabia contá-las com poesia.
A segunda, Dona FLôr, era contemporânea e nada comedida. Mais enérgica que Florinda, ela ganhou de presente, ao nascer, uma lua. Tem muita sorte na vida e é determinada como um Girassol em busca da sua direção.
A terceira chama Margarida. e esta vem de um planeta que não se nomina. Tem jeito e cheiro de menina mas vive muito distante onde realiza projetos de desenvolvimento sustentável e pelo qual é muito bem quista e reconhecida.
Se encontraram, certa vez, num portal do tempo. Onde serviam-se de longas risadas regadas ao lúpulo e ao malte.
Não falavam bem a mesma língua e nem se quer se conheciam... mas bebiam com exagero da mesma bebida.
Saíram embriagadas, cada qual com o seu tempo e sua formação de feminina, sabendo apenas que quando chamavam o garçom, ali se entendiam.
A estas três pequenas flores dedico, com um brinde, a minha bebida.
E enquanto espero o garçom eu fico à espera das minhas meninas...
(uma homenagem a Gabriela Mamede, Natália Kondo e Tata Muchacha)
na foto uma imagem roubada de Paiva: o garçom mais amado do mundo!

Monday, August 28, 2006


sobre suportar o que nos é apresentado pluma e nos é fadado a carregar chumbo por hora
aqui eis uma cópia do que eu pensava em dizer

(Allen Ginsberg)
O peso do mundo é o amor.
Sob o fardo da solidão,
sob o fardo da insatisfação
o peso
o peso que carregamos é o amor.
Quem poderia negá-lo?
Em sonhos nos toca o corpo,
em pensamentos constrói um milagre,
na imaginação aflige-se até tornar-se humano
sai para fora do coração ardendo de pureza
pois o fardo da vida é o amor,
mas nós carregamos o peso cansado
se assim temos que descansar nos braços do amor
finalmente temos que descansar nos braçosdo amor.
Nenhum descanso sem amor,
nenhum sono sem sonhos de amor
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos ou por máquinas
o último desejoé o amor
não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contido
quando negado:o peso é demasiado
deve dar-se sem nada de volta
assim como o pensamento é dado na solidão
em toda a excelência do seu excesso.
Os corpos quentes brilham juntos na escuridão,
a mão se move para o centro da carne,
a pele treme na felicidade e a alma sobe feliz até o olho
sim, sim, é isso que eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis voltar ao corpo em que nasci

(sua)

Friday, April 07, 2006



resíduo...

do Lat. residuu
adj.,
que resta;
s. m.,
aquilo que resta;
substância que resta de uma reacção química;
fezes, lia, borras, sedimento.

A noite do fim de semana por si só tem uma particularidade: esconde na escuridão os barulhos de uma alegria eufórica.
Os ruídos são entorpecentes. E, em muitos casos, o sufoco criado pela responsabilidade de ocupar uma cadeira no mercado, gera a necessidade do disfrute de substâncias com as mesmas características desses ruídos.Por que a ausência da luz no céu do final de semana é sinônimo do desejo de expurgar o amargo de nossas vidas e em poucas horas, inconsequentemente solicitar açúcar para curar o mal...
Não me agonia este relato factual das trevas. E sinceramente, nem poderia pois, se não estou a embriagar-me com alguém qualquer de minha agenda eletrônica celulática, nesta sexta feira densamente escura e sugestiva ,é por que não pude.
Ouve uma dessas ocasiões noturnas em que optei, sem qualquer consciência da consequência, por perpetuar a minha espécie doando meu útero para abrigar tal criatura. E o custo disso é a confiscação de alguns desses momentos.
Mas esta criatura advinda da abnegação da luz não pode ser culpada e/ou condenada por esta sexta de recesso. Por que estar ao lado dela é luz... Porém, é este silêncio que me toma que me dói no lado esquerdo,no peito. E á reclusão dos meus sons são tamanhas e não dimensionais que chega a ser físiológico o meu desconforto. E por assim ser ele, de brinde me traz a insônia.
Não me desagrada a falta do apetite sonífero. Não!!! Mas é que hoje, particularmente hoje, encontrei na escuridão de uma noite do fim de semana, aquilo que apenas resta... A substância restante de uma reação química típica do gênero humano: a tão indesejável e célebre solidão residual.
Dizia um certo monge, que conheci numa dessas buscas de alívio pra mente, que esse é o efeito da contaminação do nosso programa de fábrica. A residualidade da solidão, aquela sensação de não conseguir preencher um mísero furo na sua parede vital, é o diagnóstico da nossa maneira errônea de perceber a vida a partir do centro do nosso próprio ego. Consecutindo nas delusões.
Delusões, segundo este mesmo pacificador homem, são os nossos venenos mentais. É tudo aquilo que nos causa sofrimento e dor. E assim sendo, a partir dos resíduos das nossas dores, percebemo-nos sós e defeituosos. Se amamos acabamos por projetarmos as causas de nossa felicidade no outro, ou seja, fora de nós mesmos. E assim geramos apego e logo estamos sofrendo com tal busca.

Perguntei-lhe como se justificam as relações então? E o tal homem da paz disse que devemos nos compreender interdependentes e estender a nossa real felicidade com gestos de bondade a todos.
Sei que é lògico: se você é feliz logo eu serei por que você é uma extenção de mim. Mas onde está a desvinculação do afeto? Onde está a individualização da busca?
Não parando de palestrar sobre este assunto residual, falou que gerando as causas da felicidade, combatendo no pensamento a raiva, o apego, a intolerância e tudo aquilo que resta, todos os borrôes são extintos.
E ainda dubiamente crente de suas palavras mongísticas me perguntava: Como conseguiremos não ter raiva daquele que nos acorda com ofensas? Como não desejar que ele escute umas palavrinhas dolorosas sobre o seu comportamento hostil e perdulário?
E a resposta foi: meditação! Pois a mente, que na verdade encontra-se no chakra cardíaco, através da meditação, nos permite ter total acesso e controle desses venenos e resíduos sólitos. E, ao contrário, cada raiva contida em um pensamento volta-se para nós em outros momentos e as experiências de ofensas se repetirão como um ciclo... Quanta sabedoria tem um buda, pensei ainda sozinha em minha escuridão factual. É por isso que realmente não deve ser fácil se tornar um ser iluminado...
Principalmente numa sexta feira sedimentada pela dor solitária e ruidosa.
Contrariar nosso programa de fábrica... Instalar, meditando, um antivírus... e amar todas as pessoas sem qualquer apego e, acrescentaria eu, caso monja: Não gritar com seu filho quando ele te agride ou te desobedece e mais do que isso não se sentir ofendido quando seu pai confessa se irritar com a sua própria existência...
Senhor Buda, veneravelmente admiro o seu néctar puro de proporcionar a nós o deleite em seus ensinamentos... Sua filosofia é mais eficaz que qualquer terapia existencialista e sua ciência compreendeu a verdadeira capacidade da mente. Sempre entendi o pensamento como fonte de tranformação e como agente tranformador da realidade... Mas hoje, os resíduos me confundem e eu já não posso e não consigo meditar. Espero a alvorada do sábado com sede fugaz de saciar meu desejo de acordar a minha luz. E espero o sono sentada, na companhia da fumaça da minha cigarrilha. O máximo que me ocorre é que consigo esboçar um sorriso de satisfação de ter o meu silêncio quebrado pela manifestação da energia elétrica.
Isso permite que certa musicalidade me acalme nesta treva solitária de uma sexta feira à noite. Mas a fome de diversão barata e entorpecente, gerada pelo vazio do que resta, me estremece agitando meu cansaço.
Sou silêncio e luz. Sou ruídos e escuridão... Sou matéria e sonho...
Mas com gratidão reconheço: Acredito em tudo o que você diz. És a melhor descrição da teoria da física quântica elaborada há 2600 anos... Mas hoje... Bom hoje logo acaba!!!
Um pouco aliviada pelos toques dos meus dedos nas teclas, esperançosa sigo em busca do meu filme!!!
Não é, antagonicamente lindo?
E o que é beleza?
O que quer que seja já rascunhei um pouco e demais por agora e pretendo preencher essas fezes, lia e borras sedimentosa com o cumprir do sono!
Desejo que todas as pessoas sejam felizes. Por que mesmo não tendo virtuosos sentimentos reconheço na felicidade uma via mais expressa para a realização pessoal traçada como meta desde as duas cambalhotas!!!
Já é um começo... É assim que faz senho Buda?
Madrugada até que animada de um fim de semana solitáriamente residual... não?

Thursday, March 16, 2006



Minha vida, meu caro menino, minha vida tem caracteres que dispensam o atributo da virtuosidade.
E se é que sei o que estou falando, é por isso que lhe sou devotamente apaixonada e presente. Por que sou oque sabes que sou ou o que sentes. E para que sinta, na intensidade com que te amo, que nada do que poderia sugerir quando sugere; pois na maior parte do tempo sou ainda mais comum; passa de mera sugestão.
De resto, meu menino sujo e vadio, fico a beijar teus outros meninos. Sempre em riso gozado de uma euforia quase adolescente.
Eufórica disritmia que sabe consumir, no imediato, a paixão que repele a pele e que sabe aquietar a mente na serenidade fértil de quem já alcançou a luminosidade desse tal de amor!
Ahh, meu menino sabido que acredita na devoção dos meus lábios inchados de desejo. Desejo de acontecer o encontro de nossos corpos na já sabida data da findada semana!
Dorme em paz. Acorda com a luz. E saúda o sol recem-nascido pra te seguir por estes dias em que sigo só!
Menino vadio vem cheio de maldades eróticas a me consumir o tato. Vem cheio de dor se tatuar no átomo da minha sede. E despeja a tua cândida e explosiva doçura no seio da minha vontade entorpecente de sabores.
Meu menino latifundiário, não esqueces-te de alimentar o gado e de agradecer aos seus empregados por te fazerem senhor das terras maiores e mais férteis desse meu reino, teu reinado!
re.i.nado.
re.i.nada
re.fazendo as horas pra te pertencer
Menino-meu-sorriso, deposita seu dízimo de cândura pra enfeitar de gargalhadas meu coração desavergonhadamente nu. Pratique sua caridade espontaneamente e encantadora, espalhando, com o nariz vermelho, meu-menino-sorriso-palhaço, os seus olhos por toda misericórdia. Divulga na fé, o estado demente da graça e faz rir o meu universo farto de sua viril alegria...
Menino-meu-bonzinho, faz de graça?
Pois o sol vai nascer logo em breve e já que ele te segue, não se preocupe com os óculos escuros. A fascinação do astro rei por ti, menino, é tamanha, que qualquer prevenção é descabidamente desnecessária.
Então o faz a mim de graça! Pois o dia é azul e alegre e a perseguição da luz te ilumina e não te cega!
menino.menino.menino

meu!

Wednesday, March 15, 2006



Menino esquisito...
Não sei oque tem na cara, suponho serem seus olhos redondamente enormes, que quando me encara me sobe até um frio de gelado e ardente arrepio!
Menino faminto...
Não sei quantos dentes sedentos afiados tem na boca, mas quando vejo em ti o desejo famigerado, sinto parecer-me, deliciosamente, como uma pequena e favorita isca diante do seu anseio!

Menino bandido...
Não sei nada da sua arte e malandragem, mas quando me tomas pela pele com tal força, me enfureço em chamas que nem mesmo o jato daquele seu menino bombeiro conseguem me apagar do fogo em você!
Menino bonzinho...
Sei sim, que do seu riso faço um circo de palhaços de ingênua euforia. E assim vou ficando ao teu lado no baile, esperando acompanhada, a grande valsa do acasalamento!!!
Menino, menino, menino...
Se isso é o tal do amor ou desassossego. Se isso são as asas da liberdade ou a libertinagem do apego... Se isso é pecado ou apenas desacato...

... Se isso é o que parece ser não tem jeito...

menino.mocinho.menino.vadio.menino.me(u)

... Suponho amar-te!

Friday, March 10, 2006




(desconsidere caso não entenda: Super gêmeos, ativar! )

Menino preguiçoso do rio...

O azedume do conceito da insubstancialidade, o amargo da transitoriedade e o fel da interdependência me fazem entender por que acordo todos os dias querendo conquistar você.
Se não sabes, já não te projeto como te vi ontem mas acordo querendo saber quem hoje é você e oque me faz supor amar-te... O que te faz rir em mim?... Oque nos faz ficar pra remar em alto mar?!
Com essas palavras, hoje, mais pobres de adjuntos adverbiais, conjugo em processo mental lento da atividade pensante, meu afeto. E confesso com letras meu segredo bucal, justificando em combinações afastadas da magia, o sucesso surpreendente do meu desejo corporal!
E sem entender muito em o que digo mas sabendo querer por teu riso e por teu Chico cantado a mim em melodias negras. E pra te trazer tatuado entendendo por que não sai do meu lado a mulher que eu criei pra ti... plagiarei o Buarque com gosto.

Gosto de café amargo, de beijo molhado e de tú!

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega, mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina, salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sente


Não sei escolher que parte desta canção me pressente quando aguada aguardo por um toque seu!
Guarda contigo a menina que será sempre benvinda mesmo quando não vem!
guardo comigo a certeza de que seremos ou seríamos sempre eternos amantes mesmo amigos em qualquer estação!
Vem!

Thursday, March 09, 2006




Declaração

Se quando eu vou é porque estais a chamar,meu querido menino...

...Bom, és uma ofença limitar este ato ao de obedecer!Saiba aqui que não estou a te obedecer!!
Na verdade, eu nem sei se te ouvi...
... Mas de fato vou. E também fatídicamente, se estou por perto quando me pronuncias é por que, em verdade, nem parti.
Sei, meu menino vadio, que há em teus amolados fios, a capacidade imaginativa que me é suficiente para supor que, pela imediatez que me faço presente, se estou quando me olhas é por que na verdade nunca parti! E isso eu sei, redundantemente.
Então, não te passa que eu possa estar dobrada feito escondida no seu telefone inútil e amarelo? Ou embaixo da cama ou chapada por detrás da porta que você adentra?
Não te passa que eu posso estar fingida nas partículas, na água que borbulha para o teu café ou na tua saliva?
Não te passa qualquer semelhança destas proximidades?

Ahh, meu menino bonzinho, quem sabe no dia qualquer...
... Num dia qualquer, você me encontre ao vestir sua camiseta. E talvez aí saiba das quantas vezes que eu estou a te observar de tão perto a te sentir do intermédio entre o que te veste e oque te esconde!
Vai coração...
Arriba muchacha...
Isso sim é declaração...
Apenas nos tornamos invivsível para manter a substância do eu que para somar precisa individualizar. Senão a soma que gera o nosso nós seria tão pobre por não conseguir somar as partes inteiras de duas conjugações!!!
Eu + Você = Nós
E vc oque faz quando fica invisível? Vc é a chuva que me molha? A lama que me enfeita numa tarde surpreendente no Baú? É a mão que me lubrifica o motor num Taurus qualquer?
É a força que faz o vento soprar? É o homem que ocupa a visão encantadora do Mar?
Ein?

Declare seu amor aqui!

Sunday, February 19, 2006


Querido correspondente,

Estou finalmente em casa, mas não me demoro. É que precisava sentir algum cheiro que ainda me dizia respeito pois sigo com medo.
É que não sei bem encarar as perdas e tenho medo do meu medo se identificar com a euforia da pressa e se alastrar. Medo também do que possa me identificar por algo que não tenha por mim aceitação ou apenas medo que isso possa me fazer levar.
Os meus móveis estão empoeirados mas consigo fechar os olhos e me ver de frente. Percebo em minha pele o registro de muito tempo. E buscando apoiar-me neste retrato meu, aceito o desafio do mistério da vida e fico. Te escolho em algum lugar e fico a te esperar.

Aqui em casa passo esta noite e posso dizer que fico até te encontrar, já que não estamos longe teremos um tempo para um chá!
Mas não tarda e já tenho que voltar. Por que sou peregrina na raça serva de tudo que me queira levar.
Já quando tudo que fala de mim se funde e teima em conjugar-me subserviente desse tal de amar ou amando, me sinto fazer doar tanto que meus desejos se postumam pra existir só o seu. Não recebo o seu doar, clamo pra te ter aqui quando você repleto ainda está.
Ando pensando demais naquele filho que não tive e que as vezes gostaria de enfiá-lo entre nós. Talvez seja por que dele encheria-me de receber incondicionais cores afetuosas. E que dele saberia mais ser e viver. Eu bem sei que leva um tempo pra se acostumar com a minha maternidade criativa e imaginária. E sinto que nossas cartas virão a revelá-la com mais frequência. Quero ao menos acreditar que em algum lugar da minha vida sou capaz da mãe fazer amar!

Mas temo que um dia essa tal hora chegue mesmo pra se instalar e ai??...
E ai?
E aí que não me resta muitas nuances coloridas para fantasiar. Sinto o pesar das pálpebras a me aconselhar e com pouco tempo para sonhar adormecerei obediente.
Sobre o medo?

Ainda temerosa teimo! E teimosa sei que recebo a sua ira como se tivesse a me condenar, a lamentar meu desejo-ventre-colo... meu peito-leite-amar. Sei que não me gostas ver assim tão caidinha e não reconhece em meus olhos o lamuriar. E assim também sei que repele, ressoando o medo que fica a assoviar-me uma cançao de ninar.
A genética da sua arte é famíliar, é cincunflexa e assim se faz ser entre todos os quatro frutos daquela mulher a quem chama, com incondicional amor e admiração, de mãe! Dessa genética sinto refletir algumas de nossas diferenças. Minhas mãos tem palavras mas que são caleijadas de responsabilidades para assim se fazerem familiarmente amar, enquanto as suas pintam aspirante uma liberdade flutuante guiada e zelada por uma casa-colo-matrona disposta a sempre dar e mais... Além de que, eu não tenho os olhos do pai a me impulsionar na arte... Não tenho o orgulho da mãe a me acompanhar os pulsos a redigir.
Mas não vou falar do que nos difere como se estivesses a lamentar. Não! Pois não falta aspirações suficientes para com força desafiar a descrença. Tenho medo sim e tenho dezelo a me acompanhar, mas no ombro, trago o compromisso de ser o melhor da minha gente pra um outro orgulhar. Outro que saiu da minha gente... Se é que não estou a fantasiar... E que precisa da minha gente pra se fazer existir gente. E eis a essência daquilo que eu dizia ser minha tatuagem e que fico de lhe mostrar com o chá.

Espero que imagine onde seja e que a queira depois do meu vigésimo quarto ciclo solar.
Eu?
Acho mesmo que não me demoro aqui, pois sei que tenho muitas viagens pra fazer antes do sol do fim das férias de verão se por pra nós em Laguna Beach.
Quero que venha logo ver de cor pintei a casa para te encontrar. E que veja neste sítio singelo os nossos velhos com os capilares já cinzas a nos conjugar! E quando de novo ler o que das vísceras, em minha juventude, fiz recitar... Quando aos meus bisnetos puder contar quantas vezes os teus dedos ritmados fizeram percussão no meu tato, Fazendo tocar bem alto a música-batuque do toque dos meus desejos. Aí estarei a relaxar!
Então vou poder me quecer no seu peito negro e te chamar de meu e de preto na hora, cansada, de me deitar.
Ahh teus dedos negros envelhecidos na juventude de 1717.
Eu?
Assim vou seguindo pra durar, ainda não larguei o fumo de indústria mas ainda sigo cega de tanto te sentimentar...
De fechar os olhos e respirar teu pêlo sinto salivar. Percorro você com o que fica dentro e já sinto descansar.

Já falei isso, ando repetitiva... mas só te peço não ver piedade no que eu julgo ser compaixão. Não ver doar demasiado no que eu classifico como satisfação.
Acho que fiquei tempo demais, mas desde ontem, precisou ser assim e assim se fez necessário. Aquele que me disse ter partido, virou qualquer coisa assim que voa: borboleta! E te deixou a arte de querer mais e de ser mais bonito.
Isso tudo que a gente tenta querer ver e quer entender logo precisava ser dito...
Essas cartas não são qualquer coisa entre nós...
São os nossos ditos!!!! Benditos
Te esperando para a folia da carne...

P.S.:
Chegou aqui uma carta de algum tempo, quado ainda não sabíamos como velejar...
já devo ter estado no Egito neste tempo eaqui escrito, ou você bem que andava a me acompanhar...
te mando de volta as palavras que um dia vc usou pra me acessar!!!!!

Tata Muchacha




Querido correspondente,


Estou num daqueles países que ainda não foram catalogados. Nem sei se isso é possível, mas de qualquer forma, não temas por não saber ou entender onde me localizo.
Às vezes, perdida, me envolto em medo e encontro, perdida, um certo desespero que mantenho em segredo a´te de mim mesma. Pois soubesse-me eu tão ridícula por sentir o que sinto, não estaria nem em mim...
Enfim, meu confidente indispensável, eu acho bonito todo o mistério. E gosto de supor estar em qualquer lugar cujo nome passa a ser qualquer um e as pessoas quaisquer seguem para qualquer direção em busca de de qualquer razão para isso. Assim é estar aqui para mim! E apesar do tom escuro do desassossego enxergo a vida em verdes e bem preto mas ainda num colorido negro sinto-me tão leve quanto o vento.
Um reflexo de dor as vezes grita agonizando medo. E de novo eu lamento e pareço adentrar em pânico. Mas quero viver isso aqui, pois a vida me é um desafio: O de amar, o de te escrever, o de roterizar, o de filmar, o de criar e o de acontecer! E amar, amar em todas os tons e cores... Amar!!!
E falando nisso, um reflexo de amor cala o destempero e suporta, à altura do grito, o exagero.
Me recolho ao seu peito, o meu lugar predileto. Se é que posso e se não puder já o terei feito quando o souber.
De repente, pronto. Soltei as escrituras e encontrei a cura; e penso, querendo-o a todo o tempo e como parte do desafio, t
odas as horas que trarão nossos bisnetos... Cheios da sua leveza, repletos da minha autenticidade... dotados da nossa história que data de 1717.
Aqui, eu sinto muito... E de sentir, e bastante, me sinto ao seu lado, mesmo sabendo que aqui não viria se não fosse pra eu poder te mostrar minha incondicional companhia.
Daqui saimos logo, ora por que te puxo pelo braço enchendo de beijos o teu coração, ora por que me levas daqui num sopro suave sobre as minhas costelas.

Te quiero muchacho
Fica comigo ahora e siempre...
Tua Tata M.

Wednesday, February 08, 2006


Querido correspondente,

Cheguei ao insuportável hoje. E hoje,não posso lhe escrever.
Estou indo para uma viagem transcendente que de tão violeta parece transformar.
Por isso, não tome esse desejo súbito de viajar sozinha para a Quarta Dimensão como insulto. Ou não veja, aqui, rachaduras na parede.
Enquanto me detiver lá, tudo aqui fica colorido, engraçado e forte como eu sempre fiz que fosse. Descobri hoje, que toda a força que está por trás das movimentações energéticas na Terra vem do chakra sexual. Nele está a energia mundana, a força de transmutação. E essa energia sexual que cada um armazena é denunciada pela maneira de falar ou pelo tom de voz, sabia?
Bom, meu querido, sigo calada pra não dar a bandeira de que acabaríamos com um pote de nutella se eu ficasse... E, ainda sobre a minha opção de isolamento, peço que aceite sem que muito possa compreender. Hoje, meu corpo revela feridas que me dilaceram e me ameaçam despertar terror. Preciso fazê-las tingir ou partir tão logo quanto solitárias...
... Esmigalhariam-me os olhos e, talvez, me tornariam obsessivamente sanguinária. Além de que, também me deixariam solta para destilar palavras e verbos hipocondríacos...

Por isso, descontando os tons da dramaticidade natural de minha pessoa, não quero que isso entre nossas correspondências. E também por isso estou indo logo. Mas também por isso, volto logo e te escrevo, finalmente, da terra dos pequenos frascos.
Aliás, poderíamos nos encontrar em Veneza. Estarei tão perto quando voltar e, talvez, tão saudosa de ti...
Mas agora eu preciso ir. Já tenho o colo ferido e dizem que lá, na Quarta Dimensão estão os melhores curandeiros. Do candomblé ao zen-budista. De Maomé aos charlanistas.

Mas não esquece de que estaremos sempre, eu para você e vice-versa, na terceira porta!!! E, hoje, eu necessito a quarta!
É com amor que lhe entrego as chaves de casa. Não esqueça de regar as plantas e enfeitar o seu jardim predileto quando estiver por lá!!

Sem latinidades...

Tata Gonçalvez,

Por que hoje a Muchacha saiu...

namastê honeypie!

Monday, February 06, 2006



Querido Correspondente,

Não escrevo para contar como é onde estou... Creio que hoje isso não importe. Escrevo-lhe, meu caro correspondente, para conta-lhe como estou!!!
... E estou acordada para romper o ciclo do medo, mas me sinto exausta. E se você se pergunta agora por que não dormi? Eu respondo: É mais fácil controlar o pânico do pensante quando os olhos estão fechados para o acaso da subjetividade. Quando estão adaptados à realidade visual. Sem os mistérios das outras dimensões... Você me entende?Bom, o motivo do destempero? Acho que nem eu sei... Ainda estou acordada e tentando pensar apenas nas cores que vejo e que nomeio.
Seguindo as horas, deve ser madrugada e quando estava quase a adormecer, despertei-me para saciar meu desejo lácteo complementado pelo achocolatado. Mas senti que esse repentino desejo era significativo, sugestivo, sinônimo de algo extra-sensorial... Lembranças que podem remeter a colapsos de susto e pavor... Quase um pânico!...
Era pra ser só um doce... Não tinha chocolate e nem pó dele. Tinha o ventilador, o sofá gelado e uma caneca cheia de especialidades já liquidificadas... e até então eu! Mas sem querer senti a companhia do medo... Das palavras, da erudição, das poesias, do sentimento, de câncer, da morfina, de dor, da morte.
Foi então que tingiram de negro aquela que era pra ser uma noite como outras, com o famoso assalto à geladeira para alimentar a minha bezerra carente... Mas tais horas não me permitiram aceitar tão bem os fatos trazidos pelo medo. Um cochilo no intervalo me levou pra uma terra-calafrio de criaturas invisivelmente tristes. E houve um susto neste sonho: Um invasor, suposto assaltante, me abordou com a arma na gelada em minha nuca causando no medo um inexplicável arrepio. E quando, de supetão, decido encarar o sujeito, encontro nele uma máscula beleza reconhecida, mas não identificada... E ele anuncia, ainda forjando horror, que vieste pra roubar meu coração! E ai, já tendo as telas decoradas por flores de todas as cores e muitas delas escarlates; perguntei a ele se aquele era um pedido de namoro.
Desconversando ele me puxou pelo braço como quem diz: “ Relaxa pequena!” E me pediu convidou a, apenas, conhecer a língua...
Parece até que reproduzi as histórias das nossas correspondências e todo o medo de perdê-las quando a única coisa que tínhamos era... MEDO!
Mas, enfim, essas últimas palavras já estavam massageadas pelo maracujá acrescentado ao leite no lugar do chocolate. E o sonho terminou concluindo uma análise, nada assustadoramente extra-dimensional, de nossas cartas de amor.
Desculpe ser cedo demais pra te tirar do samba, meu nego!!
Amanhã antes mesmo de querer, sigo de tênis e de trem para França.

Precipita su nuevo ser. ¡Funcione antes de que usted y deje allí, dondequiera en el pasado, gritos y los roules!

Sempre dramática e tua,

Tata Muchacha

Thursday, February 02, 2006



Querido correspondente,

Estou de volta ao mundo... não que tivesse saído! Mas estou de volta à peregrinação solicitada por minh'alma. E começo sendo mucho bienvenida en Costa Rica!! Estava seguindo meu fascínio latino e acabei aqui de frente pro mar!!!
... E aqui, fazemos o nosso desjejum matinal alimentando-nos de arroz com feijão, para não faltar ferro!
E é por isso, e por um paradisíaco outro horizonte, que me acolhem a vista e me enchem a barriga... que eu, hoje, acordei disposta!!!!! E acho que devemos, sim, nos permitir que a raiva seja intensa e tão penetrante quanto o desejo ao lado de seu objeto nú! Também acho que não devemos priorizar os preservativos dessa emoção... por que o maior mal da raiva é que ela come unhas e se alimenta demais!! E isso até que é divertido e colorido!
...
E ainda disposta a viver no limiar da intensidade raivática... e aqui eu já não sei mais o que eu falava por que estou diante do mar...
Oque eu sei é que acordei disposta meu amor!
E acho também que não é por causa do mergulho ao profundo do sentimento raivoso que devamos reagir negativamente, deixando que fugacidade das nossas discordância nos invada a benevolência. Devemos nos permitir exalá-la e nunca destilá-la... Entenda-se aqui que: o problema não é o que eu sinto mas o que eu faço com o que eu estou sentindo!!!
... Mas,enfim, acordei disposta! E despida em tuas costas... costas ricas de um paladar matinal sem par...
... E ainda achando... eu sugiro que revelemos nossas mágoas em galerias alheias e aleatóriamente escolhidas para que possamos celebrá-la em sua singular individualidade, quando estivermos, à vontade, passeando por nossos museus!
Bom, sigo trazendo na boca paladar, apetite, ardência, desejo e a fome para matá-los a cada vez que pensar em ti com saudosismo!
E sobre a raiva usada nesta receita de carta... Sobre esse estranho destempero, me desculpe!! Mas hoje acordei tão disposta que achei que poderia acrescentar cores mais aflitas sem perder, no horizonte calmante do mar, a sua brisa reflexiva!
Como a areia é para o mar conjugação de praia... assim trago você exposto no feitiço colorido da vida!!! É assim, também, que eu deixo a raiva voar com o vento e como areia deste papel.
Já não consiguindo mais evitar que seus olhos estejam, comigo, a observar toda esta maravilha, registro a incomensurável doçura de amanhecer neste deck quando trago no tato e na boca o a sua presença... Ou quando trago na fumaça da tua sábia regalia um beijo teu!
Ufa... apesar da disposição senti que abusei da complexidade na tentativa de poetisar a simplicidade!!! Mas, enfim e concluindo, afirmo que permanecerei alguns dias em calado estado. Suponho não mais romper o silêncio dos teus acompanhantes... Pretendo abster-me de seu ouvidos incômodos e silenciar os teus incansáveis pedidos...
... Mas não se gabe, nem se envergonhe de eu não gozar com os meus ruídos... Fica comigo, já não há mais raiva nenhuma então, qual o motivo para se retirar?
... Então qual o motivo para se retirar???!!
Acordo disposta mas me sinto complexadamente complexa...

¡Sin percibir, me coloco sobre sus pasos y todavía me caso contigo!
Besitos
Tata,

Muchacha y Cabrita!!!